Nova metodologia de avaliação na Balleto
- Ana Beatriz Buarque
- 10 de dez. de 2024
- 4 min de leitura
Atualizado: 16 de dez. de 2024
Chegou o fim do ano e, com ele, as últimas provas da Balleto. Mas, dessa vez, com uma novidade: uma alteração na metodologia de avaliação que vem sendo discutida desde o início de 2024. Quer saber mais sobre as mudanças que ocorreram? Então, continue lendo o post!
Para entendermos melhor as mudanças, nada mais justo do que convidar os próprios professores para explicarem o que foi alterado nas avaliações desse ano, não é mesmo? Por isso, chamei os professores Patricia Leite, Felipe Araujo e Isadora Almeida para compartilharem as principais alterações no processo de avaliação e esclarecer como essas mudanças impactam no aprendizado dos alunos.
Explicação da professora Patricia Leite

“Esse ano, com toda essa mudança na nossa metodologia, nós resolvemos trabalhar mais com esse lado pessoal de cada um, de uma forma mais voltada para cada aluno de maneira individual.
Isso já era uma discussão entre os professores e, com a chegada de novos alunos ao longo do ano, percebemos que, muitas vezes, acabamos mantendo o aluno em uma turma de forma desnecessária. Então, eu pensei em realmente começarmos a mudar isso de uma forma mais individual, para trabalhar de uma forma melhor com cada aluno.
Não adianta a pessoa estar em uma turma apenas por conta da idade, porque nem sempre ela está preparada para o nível da turma, independentemente da faixa etária. A ideia é combinar a técnica com a avaliação das condições físicas, da força e da maturidade do aluno. Nem todos têm a maturidade necessária para acompanhar uma turma apenas por causa da idade.
Então, vamos trabalhar de uma forma que achamos que vai nos facilitar. Por isso, nós dividimos um pouco algumas turmas: eu dividi o Jazz Infantil, estou dividindo o Jazz Infanto, estou dividindo o Jazz Juvenil, agora focando muito mais na condição física, na maturidade e na força de cada um. Até porque, no Jazz, você precisa ter força para trabalhar. Então, estamos fazendo essa mudança e, com certeza, será para melhor”.
Explicação da professora Isadora Almeida

“A gente vem iniciando essas mudanças desde o meio do ano passado, e algumas turmas já estão tendo uma diferença de carga horária e de olhar dos professores. Falando do Ballet Clássico, que eu estou coordenando, estávamos percebendo uma defasagem técnica em várias turmas, tanto devido à carga horária quanto aos planos de aula que aplicávamos antigamente.
Então, fizemos um ajuste em todo o plano de aula e em cada matéria que elas vão fazer, para cada turma, a fim de termos uma progressão melhor, para que, quando cheguem aos níveis mais avançados, não apresentem tantas defasagens técnicas como percebemos antes. Além disso, estamos ajustando a questão da carga horária, pois a aula de Ballet Clássico envolve muitos elementos que precisam ser trabalhados. A técnica do Ballet Clássico é a mais bem estruturada formalmente atualmente, por ser a primeira e mais antiga, então ela tem uma estrutura bem rígida quanto aos passos que precisam ser dados e às coisas que precisam ser feitas em uma aula completa de Ballet. Por isso, está ocorrendo essa mudança significativa na carga horária. Quanto mais avançadas elas ficam, mais tempo será necessário para que consigam realizar toda a aula de Ballet Clássico e aprender as matérias novas que precisam.
Só para os pais terem uma ideia, a aula de Ballet Clássico é dividida em 4 partes: primeiro, a barra, que envolve cerca de 9 passos diferentes; depois elas vão para o centro, onde, na teoria, fariam todos os 9 passos também, mas não é obrigatório, pelo menos têm que fazer 5. Em seguida, temos a parte de diagonal, que é mais como uma coreografia, e, no final da aula, a parte de saltos, que também inclui pelo menos 4 sequências de saltos diferentes. Então, é bastante coisa, especialmente para os anos avançados, mas é importante que essa matéria seja diluída desde o início, para que elas não tenham um baque muito grande quando avançarem, tanto de carga horária quanto de matéria.

Além disso, estamos olhando para os alunos de forma mais individualizada tecnicamente. Antes, os níveis e turmas eram divididos por idade, e agora estamos tendo um olhar mais voltado para cada pessoa, claro, principalmente para aqueles que têm mais interesse em seguir uma carreira e construir algo dentro da dança, mas também para aqueles que querem manter a dança como hobby ou distração.
Então, estamos observando as pessoas com esse olhar mais individualizado, para que possamos oferecer oportunidades para que todos atinjam seus próprios objetivos.
Acho que essas são as maiores diferenças. Na grade, algumas turmas já estão sem a divisão por idade, pois esse é um quesito que não vamos mais observar tão atentamente, e isso também vai influenciar as mudanças de nível mais à frente. Estamos estudando e analisando individualmente, para ver onde cada pessoa realmente se encaixa nessas novas mudanças que estamos fazendo”.
Explicação do professor Felipe Araujo

“Mediante à qualidade técnica, falando da parte de Danças Urbanas, que é a área em que atuo na escola, percebi a necessidade de separar as turmas, pois estavam ocorrendo muitos conflitos e problemas com a evolução dos alunos devido à entrada de novos estudantes sem base e sem conhecimento sobre as Danças Urbanas, principalmente dentro do nivelamento de Juvenil, que abrange idades entre 13 e 18 anos. Com isso, pensei em dividir minhas turmas por parte técnica, mas ainda mantendo uma nomenclatura de Adulto/Juvenil, Juvenil, Infanto, Infantil e Avançado.
Acho muito importante essa mudança, pois assim conseguimos trabalhar mais a parte técnica dos alunos e ajudá-los a evoluir cada vez mais, para que possam seguir fora da escola, buscar mais conhecimento, se aprimorar e se profissionalizar no sindicato atual da dança.
Essa alteração foi uma conversa em conjunto, pois a professora Isadora, que é coordenadora da parte de Ballet Clássico, também viu a necessidade de retirar a divisão por idades e colocar a divisão técnica; a professora de Jazz, Patrícia, também concordou, e, com isso, toda a escola se uniu para realizar essa mudança”.
Essas mudanças chegaram para agregar no desenvolvimento da escola e no crescimento dos alunos. É essencial compreender cada turma e cada aluno de maneira individualizada, para que encontrem, tanto em si mesmos quanto no coletivo, o avanço e o progresso que buscam.
Espero que tenham gostado do post e que essa nova abordagem na escola tenha ficado clara para todos!
Beijos e até o próximo post 🫶🏽
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