Dia das mães - a dança como espaço de reconexão

Ana Beatriz Buarque
há 3 dias
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Ontem foi celebrado o Dia das Mães, uma data que vai além das homenagens e flores. É um lembrete para olharmos com carinho para essas mulheres que se dedicam diariamente ao cuidado, à educação e ao amor incondicional por seus filhos.

Mas quem cuida delas?

Em meio às múltiplas tarefas do dia a dia, muitas mães acabam deixando de lado o autocuidado e o tempo para si mesmas. É nesse contexto que a dança surge como uma poderosa aliada: ela promove reconexão, leveza, autoestima, autoconfiança e oferece momentos preciosos de bem-estar.

Para muitas mães, a dança é mais do que lazer: é uma válvula de escape em meio à rotina intensa. Ao entrar em uma sala de aula ou se permitir alguns minutos dançando em casa, elas se colocam novamente como prioridade, nem que seja por uma hora na semana.

Além dos benefícios físicos, como aumento da flexibilidade, da força e da resistência, a dança ajuda a liberar tensões acumuladas, reduz o estresse e melhora o humor. Isso é especialmente valioso para mães que lidam com a pressão constante de “dar conta de tudo”.

Outro ponto importante é o exemplo que elas oferecem aos filhos: ao se cuidarem, mostram na prática que o autocuidado é necessário, que prazer e responsabilidade podem conviver e que buscar esse equilíbrio é essencial para uma vida mais leve.

Independentemente do estilo, o mais importante é criar esse espaço de retorno ao próprio corpo, de escuta e de expressão. E a dança oferece isso de forma dinâmica e transformadora. Incentivar mães a dançarem é também incentivar saúde, autonomia e qualidade de vida.

Para encerrar esse post com chave de ouro, convidei uma mãe que também é Balletiana, assim como sua filha, para compartilhar um pouco sobre a relação dela com a dança. Segue abaixo a entrevista com a Caroline Oliveira:

Você sente que a vivência com a dança contribuiu para sua autodescoberta como mulher, além do papel de mãe?

“Desde menina, a dança faz parte da minha vida. Além de prazer, ela teve um papel muito importante na minha construção como pessoa. Dançar me ensinou a cuidar do meu corpo, ser persistente, disciplinada e a realizar atividades em grupo. Acredito que tudo isso me tornou uma pessoa e uma mãe melhor”.

Você se lembra de um momento marcante em que sentiu vontade de voltar a dançar depois da maternidade? O que essa experiência despertou em você?

“Assistir à minha filha sapatear na última aula pública fomentou uma imensa vontade de voltar a fazer aulas depois de muitos anos. Me senti rejuvenescida, com a sensação de que ainda era capaz de fazer algo muito divertido e prazeroso novamente”.

No último espetáculo, você e sua filha participaram juntas. Como foi viver esse momento e o que essa experiência significou para você?

“Minha filha disse que seria legal se 'fizéssemos um projeto juntas'. Pedi para ela escolher o projeto, e ela disse: 'Dançar juntas no espetáculo de fim de ano da Balleto'.

Achei que seria uma ótima oportunidade para fortalecermos nossos laços. Minha filha era muito tímida, nunca tinha se apresentado em um teatro tão grande e achei que ela ficaria mais segura comigo por perto.

O que eu não imaginava era que iríamos dançar a mesma coreografia. Quando descobri que a menina mais velha a dançar aquela coreografia tinha um terço da minha idade, quase desisti. Mas já era tarde para voltar atrás.

Nos restou ensaiar juntas, curtir a presença uma da outra e compartilhar o frio na barriga da concretização do nosso 'projeto'. Foi muito emocionante para nós, nossos familiares e amigos”.

Quais valores você acredita que a dança ensina e que você gostaria de passar para sua filha através dessa vivência compartilhada?

“Disciplina, persistência, coragem, resiliência, autoestima, espírito de equipe, amizade, respeito…”.

E para finalizar, se você pudesse deixar uma mensagem para outras mães que têm vontade de dançar, mas acham que “não é mais o momento”, o que você diria?

“O momento de ser feliz é agora. Sempre é tempo de se superar e aprender algo novo, principalmente tendo nossas melhores companheiras de jornada por perto.

Desejo um dia maravilhoso para todas as mamães Balletianas!”.