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Balleto Produções - Espetáculos com textos autorais

  • Foto do escritor: Nayara Calixto
    Nayara Calixto
  • 4 de nov.
  • 4 min de leitura

Com uma certa frequência, novos alunos da modalidade balé clássico na Balleto questionam o porquê de não ser realizada remontagem de balé de repertório nos espetáculos de final de ano. Por isso, o post de hoje abordará essa questão. Mas, antes, é válido lembrarmos o que é balé de repertório.

Balé de repertório (ballet d´action, no francês) é o termo usado para se referir a um conjunto de obras clássicas do balé que são divididas em atos e cenas. Essas obras contam histórias através de um conjunto de passos preestabelecidos (coreografias)  que devem ser seguidos minuciosamente, podendo sofrer pequenas adaptações pelo coreógrafo(a)/ensaiador(a). Ou seja, são como uma peça de teatro, porém, ao invés da voz, utiliza-se o corpo em movimento para contar histórias, com o auxílio de pantomimas, grandes cenários, adereços de cena e figurinos bem elaborados. 

Os balés de repertório são marcantes por persistirem no tempo, sendo passados de geração em geração. Alguns exemplos famosos são: O Lago dos Cisnes, O Quebra Nozes e Dom Quixote.

Apesar de as turmas intermediárias e avançadas de balé clássico experienciarem o trabalho de balés de repertório, em 15 anos de história a Balleto nunca realizou a remontagem completa de um repertório. Isso porque a escola trabalha com textos autorais que trazem discussões sociais contemporâneas para a cena. Essa é uma característica da escola que tem um intuito educativo, pois, por meio dos textos dos espetáculos, os professores trabalham uma concepção de Dança-Educação para além de coreografias prontas. Por exemplo, no espetáculo de 2024 "Makuxi - Uma aventura na Amazônia", um texto de Bruna Bottino, diferentes questões puderam ser abordadas em sala de aula, como a preservação da natureza, o respeito à diferença e a intolerância religiosa.

Ademais, a execução de espetáculos autorais possibilita que todas as modalidades participem do mesmo espetáculo, inclusive as turmas de Teatro, e abre margem para pensar e trabalhar a técnica do balé clássico como ferramenta para criação, articulando uma dança tradicional criada há séculos com diferentes questões da atualidade que podem ser discutidas por meio da arte da dança.

Nesse sentido, os balés de repertório fazem parte do projeto pedagógico da Balleto, mas não são o principal objetivo. Vejamos: nesse ano de 2025, na aula pública, foi apresentado um divertissement, no qual todas as turmas de balé dançaram um trecho de um balé de repertório. Nas turmas de balé infantil, adulto iniciante e preliminares, foi trabalhado referências à essas obras e não a reprodução propriamente dita.


Nesse ano de 2025 a Balleto apresentará mais um texto inédito escrito por Bruna Bottino: “O que a cidade me contou”.


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“O que a cidade me contou” é um espetáculo sobre memória, diversidade, encontros e transformações. É uma história que se passa no Rio de Janeiro e nos convida a refletir sobre como o passado, presente e futuro estão interligados em um ciclo contínuo, em uma espiralar do tempo!

Quatro jovens artistas do Rio de Janeiro, vindos de realidades sociais, culturais e afetivas muito diferentes, se encontram no Festival Raízes Urbanas - uma competição artística multidisciplinar que reúne talentos da Dança, Teatro, Música, Moda, Poesia e Artes Visuais. O Festival acontece no Museu de Arte do Rio (MAR), tem como tema “O Rio invisível” e busca trazer para a cena as memórias e vozes apagadas na história da cidade. O grupo vencedor do festival levará sua criação a palcos ao redor do mundo através de um  intercâmbio cultural.

Conheça mais cada os quatro personagens principais:


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  • Caio é um jovem intenso, contestador e criativo da periferia do Rio. Artista do passinho e da batalha de rima, sente que o mundo é injusto demais para acreditar em mudanças. Caio transforma o seu ódio ao sistema em arte.









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  • Filha de uma socialite, Lívia é uma jovem branca da Zona Sul do Rio, criada em meio a privilégios e aparências. Cantora solo, vaidosa, reservada e disciplinada, Lívia vive sob pressão estética e emocional, tentando parecer sempre perfeita.







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  • Sempre com um celular na mão, Bruna é uma jovem de classe média, engraçada, um tanto insegura e influenciada pelas redes sociais. Da moda e do audiovisual, Bruna cresceu com os pais ausentes e compensou isso com presença digital. 






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  • Léo é um jovem negro não-binário de uma comunidade quilombola urbana na Zona Oeste. Artista da música (percussionista), conectado ao espiritual e crescido entre a ancestralidade e o esquecimento, Léo é uma pessoa sensível e forte que luta pela sua existência.




Ao se encontrarem no Museu de Arte do Rio durante o Festival, os quatro jovens se deparam com um artefato ancestral exposto como peça interativa: um tambor que foi desenterrado da região da pequena África. Ao tocarem juntos o tambor, eles são levados a uma intensa viagem ao passado que muda completamente suas visões sobre a cidade, sobre si mesmos e sobre a vida.

Depois dessa viagem transformadora, mesmo com as diferenças e conflitos, os quatro artistas formam um coletivo para participar do Festival. Eles decidem buscar inspiração no Imperator - Centro Cultural João Nogueira, localizado no bairro Méier, na Zona Norte do Rio. Durante o processo de criação entre passado, presente e futuro, os quatro jovens conhecem histórias apagadas da cidade do Rio e, assim, conhecem mais de si mesmos. 

“O que a cidade me contou” é mais um exemplo de que os espetáculos da Balleto possibilitam um aprendizado em dança para além da cópia e reprodução de movimentos. A partir do texto, das coreografias e das conversas que surgem durante as aulas e ensaios, os(as) bailarinos(as) e os professores estão conhecendo mais sobre a história, a construção e a cultura do Rio de Janeiro. Algumas histórias e culturas que foram apagadas e muitas pessoas não conhecem.

Nos encontraremos nos dias 16, 17 e 18 de dezembro, no Teatro Carlos Gomes, para descobrirmos o que a cidade tem a nos contar.


 
 
 

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